Debate

Vício em apostas: Copa do Mundo acende alerta de atenção à compulsão

02 • 12 • 2022 às 15:02
Atualizada em 04 • 12 • 2022 às 11:50
Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

As apostas esportivas foram parcialmente legalizadas no Brasil em 2018, mas a internet já vinha driblando proibições desde antes: recentemente, tal mercado explodiu no mundo todo e, com a chegada da Copa do Mundo, essa explosão pode, em alguns casos, causar uma verdadeira tragédia. Segundo estimativas, entre 2018 e 2020 as apostas do tipo saltaram no Brasil de R$ 2 bilhões para R$ 7 bilhões, e a expectativa é que, em 2022, esse número esteja ainda mais alto, agravado não somente pelo Mundial, mas também pela crise econômica: tal crescimento também provoca aumento nos casos de abuso e vício.

As apostas triplicaram nos últimos anos no Brasil, e devem aumentar ainda mais com a Copa do Mundo

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Diante da falta de dinheiro e emprego, muita gente busca a possibilidade de uma solução fácil e rápida nos jogos – que, em verdade, é praticamente impossível. No Brasil, como era de se esperar, o futebol é o principal foco das apostas esportivas e, mesmo antes da Copa, torneios como o Campeonato Brasileiro, a Taça Libertadores e os campeonatos europeus movem milhões em lances semanais espalhadas pelos diversos sites.

Os sites e plataformas especializadas em apostas são onipresentes entre patrocinadores atuais

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A popularidade dessas plataformas pode ser medida pela quantidade de anúncios e patrocínios que hoje estes sites promovem, em canais de Youtube e eventos, até mesmo como anunciantes de grandes torneios como a própria Copa. Mais do que somente causar uma perda eventual, as apostas podem, porém, se impor como vício tão degradante e preocupante quanto bebidas e drogas – mas como reconhecer quando a diversão ou o hábito se transforma em um problema? Segundo o site Apostas.Net, alguns pontos podem ser reveladores para tal diagnóstico – em que cada ocorrência acende um sinal de alerta.

Gastar dinheiro que deveria ser poupado ou utilizado em necessidades é um dos indícios

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Se as apostas já causaram discussões ou brigas entre amigos e familiares, se os resultados já provocaram descontrole emocional, e se um dinheiro que não poderia ser perdido já foi usado em apostas, a situação indica um quadro de vício. Mas não somente: a busca por ampliar as apostas após um ganho ou uma perda, e a realização de lances até zerar a conta também são indícios preocupantes – e que podem levar a quadros ainda mais emergenciais, como a busca por empréstimos, a venda de bens ou a realização de atividades ilegais para seguir apostando.

Segundo o site, uma única ocorrência das citadas já é motivo para se buscar ajuda. Os sites possuem ferramentas de bloqueio temporário ou suspensão em definitivo de contas para casos mais extremos.

O vício em jogos e apostas é reconhecido como mal potencialmente tão grave quanto alcoolismo

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