Canais Especiais Hypeness
-
Adotar é Hype
-
Namore-se
Depois de décadas viajando, separadamente e juntas, Rachel Davey e Martina Sebova visitaram cada uma mais de 100 dos 195 países e territórios reconhecidos pela ONU no mundo.
As duas, que se conheceram durante um tour pela Europa em 2008, estavam tomando café juntas em Melbourne, na Austrália, quando discutiram pela primeira vez a possibilidade de visitar os países restantes em suas listas. Elas rapidamente decidiram passar os próximos dois anos fazendo isso juntas.
Leia também: Visto de trabalho para nômades digitais é opção para viver em diversos países; veja quais
Elas começaram sua extensa viagem pela Coreia do Norte, em 2018
Embora a ideia de viajar para tantos novos destinos em um espaço de tempo relativamente curto fosse um tanto assustadora, Sebova observa que ter visitado mais da metade dos países do mundo tornou as coisas muito mais fáceis.
“Acho que ficaria apavorada se tivesse que começar a viajar todos os países e já tivesse visitado apenas 10”, disse a blogueiro de viagens em entrevista à CNN Travel. “Realmente não acho que isso seja viável. Você precisa estar bem viajado (antes de fazer algo assim).”
Olha só: Casal dá a volta ao mundo com R$ 20 mil e inspira outros que têm o mesmo sonho
A empolgada dupla começou então a planejar a grande viagem, economizando o máximo de dinheiro possível, com o objetivo de passar de cinco a sete dias em cada país.
Antes de partir em 2018, Davey e Sebova, que já estavam juntas havia cerca de uma década, decidiram que não revelariam que eram um casal e simplesmente viajariam como amigas. “Foi muito natural”, diz Sebova, explicando que elas estavam solicitando vistos em alguns países conservadores para não correr o risco de serem impedidas de entrar. Sim, em pleno século 21.
Durante uma visita à cidade de Lalibela, na região de Amhara, no norte da Etiópia
“Não queríamos colocar nossa segurança pessoal em risco em nenhum momento”, diz Sebova. Segundo a Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans e Intersexo, existem cerca de 70 países no mundo onde as relações entre pessoas do mesmo sexo são criminalizadas.
A dupla, que documenta suas viagens em seu site, Very Hungry Nomads, tentou visitar os países restantes em ordem geográfica sempre que possível e optou por viajar por terra o máximo que pôde.
O primeiro novo país que visitaram foi a Coreia do Norte e a dupla viajou para Afeganistão, Arábia Saudita, Butão e Paquistão.
Segundo Sebova, o fato de serem mulheres na casa dos 30 anos, não casadas e sem filhos provou ser “uma questão” em alguns dos países que visitaram.
“Existem diferenças culturais em ser apenas uma mulher e viajar sem um homem”, explica ela. “Tivemos alguns vistos negados apenas com base nisso.”
Rachel Davey e Martina Sebova retratadas em Baalbek, no Líbano
Depois de anos viajando junta, a dupla está bem ciente de seus pontos fortes e fracos, e cada uma assume a responsabilidade por diferentes tarefas durante a viagem.
Elas explicam que Sebova é naturalmente mais organizada e se concentra em garantir que o dia seja o mais tranquilo possível, enquanto Davey é “mais irreverente” e menos habilidosa quando se trata de navegação.
“Rach se perde no hotel”, brinca Sebova, que também trabalha como guia de turismo. “Sempre digo que é um milagre ela ter passado por todos esses países. Nós formamos um grande time.”
Elas estavam na estrada havia cerca de dois anos e faltavam apenas 10 países para atingir o objetivo quando a pandemia começou.
Elas viajaram pela Austrália em um trailer durante a pandemia enquanto as fronteiras do país estavam fechadas
A dupla, que estava em Londres na época, optou por voar para a Austrália e acabou forçada a suspender o restante da viagem devido às restrições de fronteira então em vigor. Elas compraram uma mini trailer e seguiram em frente pela Austrália mesmo, mas “com as fronteiras fechando atrás de nós”. Foram 18 meses na grande volta em torno do país.
Quando as restrições de viagem foram suspensas para os australianos em 2022, elas tiveram de esperar até que as fronteiras fossem reabertas nos lugares restantes da lista, que incluía algumas das ilhas do Pacífico.
O roteiro incluiu todos os países do mundo
“Começamos essa jornada pensando que terminaríamos [a aventura] aos 30 anos”, explica Sebova. “Então chegamos aos 40 anos durante a pandemia e estávamos sentadas em uma van, esperando.”
Elas puderam viajar para a Líbia, país do norte da África, onde as restrições de fronteira também foram suspensas, mas tiveram de esperar muito mais para que seus destinos finais, Kiribati e Samoa, ambos nas ilhas do Pacífico, fossem reabertos.
Elas chegaram a Samoa, o último país da lista, em 19 de novembro de 2022. “Foi o destino perfeito para terminar”, diz Sebova. “Tive um momento em que estava diante de um mapa-múndi e pensei: oh meu Deus, já estivemos em todos os países deste mapa.”
Quando voltaram para a Austrália no final do ano passado, tendo visitado todos os países do mundo, começaram a receber maior interesse da mídia e as pessoas começaram a fazer perguntas sobre seu relacionamento.
Davey e Sebova enfatizam que, além da questão da segurança, elas queriam manter a discussão sobre a viagem focada no fato de serem duas mulheres assumindo um desafio tão grande, lembrando que, quando inicialmente examinaram as poucas centenas de viajantes que estiveram em todos os países do mundo, a lista era relativamente dominada por homens.
O casal é fotografado em Madagascar, em 2019
“Tentamos inspirar outras mulheres, mostrando que [o mundo] não é um lugar tão assustador”, afirma Sebova.
Alcançado o objetivo, Davey e Sebova querem seguir o estilo de vida nômade pelo maior tempo possível. Elas estão planejando uma viagem para a Tailândia e esperam visitar a Indonésia no final do ano.
“Sempre vivemos o momento”, diz Davey. “Isso nos deixa felizes agora. Então é isso que faremos. Eu não planejo muito à frente. Nunca fizemos.”
Publicidade
Com um carro Kombi em mãos e uma ideia na cabeça, os amigos brasileiros Barbara Leoa, Marcelo Araújo, Rafa...
Se o futuro do planeta necessariamente será sustentável ou simplesmente não será, tal debate terá a qualquer custo...
Sensibilidade e apuro visual são algumas das palavras que definem o trabalho do fotógrafo espanhol Diego Arroyo, que...
O resort Banana Island, localizado em uma ilha em Doha, no Catar, é uma curiosa opção de luxo para quem deseja...
Pode ser que você nem se lembre da Colômbia quando o assunto é arte, mas está rolando um movimento de street art...
Uma gatinha de rua em busca de comida foi parar dentro da jaula de um lince, felino carnívoro, no zoológico de...
Quem pretende visitar a comuna francesa de Bandol, na região da Costa Azul, não precisa mais procurar onde ficar....
Você já imaginou como é a vida na Mongólia? O fotógrafo e pesquisador Hamid Sardar-Afkhami retratou parte...
Já imaginou como seria entrar numa casa e ter o sofá por cima da sua cabeça? Ou se chocar com a luminária? O...