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Ferramentas de 50 mil anos achadas no Piauí podem ter sido feitas por macacos, diz estudo

09 • 01 • 2023 às 15:52
Atualizada em 09 • 01 • 2023 às 17:44
Redação Hypeness
Redação Hypeness Acreditamos no poder da INSPIRAÇÃO. Uma boa fotografia, uma grande história, uma mega iniciativa ou mesmo uma pequena invenção. Todas elas podem transformar o seu jeito de enxergar o mundo.

Um estudo publicado na revista científica The Holocene afirmou que diversas ferramentas encontradas e que datam de cerca de 50 mil anos foram feitas por macacos-prego.

Os pesquisadores do Instituto Nacional de Antropologia e Pensamento Latino-Americano (CONICET), na Argentina, revisaram dados sobre 800 sítios pré-históricos do Pleistoceno. Alguns deles, como os sítios arqueológicos de Pedra Furada, Sitio do Meio, Vale da Pedra Furada e Toca da Tira Peia, ficam no Estado do Piauí.

Macacos pregos utilizam equipamentos martelares para alimentação

Os cientista compararam objetos de quartzo e quartzito produzidos atualmente por macacos-prego. E a semelhança entre as confecções, anteriormente atribuídas a seres humanos que viviam no Paleolítico.

“Estamos confiantes de que os primeiros sítios arqueológicos do Brasil podem não ser de origem humana, mas podem pertencer a macacos-prego”, escreveram Agustín M. Agnolín e Federico L. Agnolín, autores do estudo, em comunicado.

Esses macacos confeccionam este tipo de equipamento para quebrar nozes e castanhas, essenciais para sua alimentação.

“Nosso estudo mostra que as ferramentas da Pedra Furada e de outros sítios próximos no Brasil nada mais eram do que o produto de macacos-prego quebrando nozes e pedras cerca de 50 mil anos atrás”, concluiu Agnolín em entrevista ao site Artnet News.

O estudo reforça a tese de que a ocupação das Américas começou em uma época relativamente recente. “Nosso trabalho reforça a ideia de que o assentamento humano nesta parte do continente americano é mais recente e está de acordo com os estudos que determinam sua chegada cerca de 13 mil ou 14 mil anos antes do presente”, disse Agnolín.

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Fotos: Tiago Falótico/USP


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