Ministério de Anielle Franco está recebendo currículo de pessoas trans

Kauê Vieira  • Sub-editor Nascido na periferia da zona sul de São Paulo, Kauê Vieira é jornalista desde que se conhece por gente. Apaixonado pela profissão, acumula 10 anos de carreira, com destaque para passagens pela área de cultura. Foi coordenador de comunicação do Projeto Afreaka, idealizou duas edições de um festival promovendo encontros entre Brasil e África contemporânea, além de ter participado da produção de um livro paradidático sobre o ensino de África nas Escolas. Acumula ainda duas passagens pelo Portal Terra. Por fim, ao lado de suas funções no Hypeness, ministra um curso sobre mídia e representatividade e outras coisinhas mais.

Ainda que tenha uma data especial, o Dia da Visibilidade Trans, celebrado ontem, 29 de janeiro, a luta contra a transfobia se faz cotidianamente e com ações que mirem a inclusão dessas pessoas – muitas ainda em estado de marginalização social. 

Nesse sentido, é importante o movimento do Ministério da Igualdade Racial, que está recebendo currículos de pessoas negras trans para compor a pasta comandada pela ministra Anielle Franco. 

“Este é um trabalho que estamos fazendo em parceria com todas as outras pastas do governo federal. Estamos à disposição para facilitar o contato entre os órgãos e pessoas negras qualificadas”, declarou a ministra Anielle.

Ministério de Anielle Franco quer contratar pessoas trans

A abertura dos postos de trabalho em nível federal se deu por causa de uma reunião entre o Ministério da Igualdade Racial e Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), que pretende incluir mais pessoas da população LGBTQIA+ em ambientes de tomada de decisão – aumentando a participação social pela diversidade. 

“O Brasil é ainda o país que mais mata pessoas trans em todo o mundo. Isso não pode continuar assim”, pontuou Anielle Franco. 

Para se inscrever, basta acessar o link:  http://bit.ly/mirprofissionaistrans

Visibilidade trans 

Os números citados pela ministra Anielle Franco são uma triste realidade da vida brasileira. “Dados do Dossiê Assassinatos e Violências contra a Travestis e Transexuais Brasileiras”, divulgado pela Antra durante a semana da Visibilidade Trans, aponta que 131 teansexuais foram assassinados no Brasil em 2023. 

Com isso, o país sul-americano é o que mais mata travestis e transexuais no mundo, há 14 anos consecutivos. 

O Brasil é, há 14 anos, o país que mais mata pessoas trans e travestis no mundo

Inclusão de pessoas negras 

O recém-criado Ministério da Igualdade Racial tem como meta o número de 30% de pessoas negras em postos de decisão do governo federal, os chamados DAS 4 e 5, que possuem cerca de 2,7% no momento. 

Cerca de 5 mil currículos de pessoas negras interessadas em trabalhar no governo federal foram recebidos pelo Ministério da Igualdade Racial no primeiro mês de gestão.