Inovação

NASA quer instalar um gasoduto na Lua para retirar oxigênio e abastecer futura base lunar

24 • 01 • 2023 às 14:05 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

Uma das principais dificuldades para o estabelecimento de uma base fixa na Lua é tão invisível quanto vital: o oxigênio – ou melhor, a ausência dele. Se os planos incluem a construção de uma estação permanente em nosso astro vizinho, não somente para a própria exploração lunar, mas também como ponto de partida para outras missões, será preciso abastecer esse local com oxigênio suficiente. É pensando em resolver tal dilema que a NASA planeja instalar um gasoduto capaz de retirar o oxigênio do polo sul da Lua e levá-lo até a estação.

O fornecimento de oxigênio é determinante para o sucesso de missões lunares permanentes

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Intitulado Lunar South Pole Oxygen Pipeline (L-SPoP), o projeto é ainda somente uma hipótese, que propõe a retirada e canalização do oxigênio das reservas de gelo do polo sul da Lua, para ser armazenado em uma usina próxima a uma futura base lunar. A ideia pode parecer megalomaníaca, mas a possível redução de custos que a estrutura pode trazer, quando comparado ao custo de transporte regular de oxigênio por veículos, vem conquistando apoiadores ao projeto, que visa a utilizar o oxigênio extraído para os hábitats humanos, veículos e outros sistemas.

O gasoduto em princípio percorrerá cerca de 5 km do Polo Sul da Lua até uma base fixa em solo

O gasoduto em princípio percorrerá cerca de 5 km do polo sul da Lua até uma base fixa em solo

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“O transporte desse oxigênio em veículos consumiria mais energia que o processo de extração”, diz a NASA, em comunicado. A expectativa, segundo a nota, é que essas tecnologias de extração possam ser demonstradas em grande escala na Lua a partir de 2024, podendo oferecer suporte direto aos astronautas da missão a partir de 2026.

O astronauta Harrison H. Schmitt próximo um imenso pedregulho na superfície da lua em 1972

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Além da redução de custos, outra vantagem do projeto é o risco ambiental reduzido: em caso de vazamento, o oxigênio simplesmente se dispersaria pelo espaço. O plano inicial prevê a construção de um gasoduto de 5 km, para alimentar a necessidade de cerca de 10.000 quilos de oxigênio por ano para uma base funcional, com uma operação de 2 quilos por hora. “Um gasoduto lunar nunca foi planejado, e irá revolucionar as operações para o programa Artemis, reduzindo custo e risco”, conclui a nota.

O Polo Sul lunar, de onde o gasoduto extrairá o oxigênio necessário para alimentar a base

O Polo Sul lunar, de onde o gasoduto extrairá o oxigênio necessário para alimentar a futura base

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© fotos 1, 3, 4: Wikimedia Commons

© foto 2: Peter Curreri/NASA


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