Ciência

O que os peixes que vivem ‘enterrados’ podem nos ensinar sobre longevidade

19 • 01 • 2023 às 15:12
Atualizada em 19 • 01 • 2023 às 15:12
Yuri Ferreira
Yuri Ferreira   Redator É jornalista paulistano e quase-cientista social. É formado pela Escola de Jornalismo da Énois e conclui graduação em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Já publicou em veículos como The Guardian, The Intercept, UOL, Vice, Carta e hoje atua como redator aqui no Hypeness desde o ano de 2019. Também atua como produtor cultural, estuda programação e tem três gatos.

Os peixes do gênero Sebastes são conhecidos por viverem debaixo de pedras e de areia em regiões relativamente próximas das costas oceânicas. Também são notórios por serem, em grande parte, venenosos. E, por fim, por poderem viver mais de 120 anos.

Os cientistas da American Federation for Aging Research decidiram estudar a genética de uma espécie de Sebastes para descobrir o que o genoma deste animal pode nos contar sobre a longevidade humana.

Mistérios do chá e da insulina podem ser o fator determinante da sobrevivência dos peixes

A primeira descoberta feita pelos pesquisadores diz respeito à sinalização intracelular de insulina. Esse mecanismo – compartilhado entre nós e esses peixes – é um indicador de velocidade do envelhecimento. A sinalização é um mecanismo de economia de energia celular, que, segundo os pesquisadores, pode contribuir para uma longevidade maior.

“Temos esses dois modelos de vertebrados completamente diferentes, humanos e Sebastes, e ambos têm o mesmo caminho associado à longevidade”, diz Stephen Treaster, pesquisador pós-doutorado no Hospital Infantil de Boston e na Escola de Medicina de Harvard.

O segredo dos flavonoides

Mas existe também uma outra forma de proteção que os peixes do gênero Sebastes têm: eles possuem genes capazes de produzir flavonoides de maneira inata. Essas substâncias – que são aquelas que você busca em muitos chás e outros produtos – têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, o que contribui para a redução do envelhecimento.

Os seres humanos produzem flavonoides através de seus genes em menor incidência e, talvez, eles também sejam um chave para retardar o envelhecimento.

“O objetivo final de toda essa pesquisa é intervir ou prevenir todas essas doenças relacionadas à idade – câncer, mal de Alzheimer, doenças cardíacas – que temos dificuldade em resolver com a medicina moderna”, completou o pesquisador.

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Fotos: yetdark sob CC Foto 1: Pixabay


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