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O quadro “Orixás”, retirado por Jair Bolsonaro do Salão Nobre do Palácio do Planalto, vai ser colocado de volta no lugar de direito, confirmou a primeira-dama, Janja da Silva, durante a posse da nova ministra da Cultura, Margareth Menezes.
A obra de Djanira da Motta e Silva foi removida em um episódio de racismo religioso durante o governo que deixou o poder.
Antes de Bolsonaro, o último chefe do executivo a ordenar a retirada da obra do Palácio do Planalto foi Ernesto Geisel, de religião luterana, o penúltimo ditador do Brasil. Desde então, todos os presidentes – e com exceção de FHC, todos cristãos – mantiveram a obra, que é uma importante representação da cultura afro-brasileira em um dos centros de poder do nosso país.
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O quadro “Orixás”, em clique de 2011, no Palácio do Planalto
Em 2018, se especulou que a peça de Djanira seria cedida ao MASP, mas a apuração de Rubens Valente para a revista Piauí certificou que a obra se encontrava em um arquivo do Palácio do Planalto desde dezembro de 2019.
“Orixás” é um quadro que retrata as divindades africanas cultuadas pelas regiões negras do Brasil, a Umbanda e o Candomblé. O quadro pintado pela paulista de Avaré, cidade do interior de São Paulo, mede 1,12 metro de altura, com 3,61 de largura.
O quadro foi pintado por Djanira em 1966 e vale entre R$ 1 milhão e R$ 4 milhões. Além dos orixás, a obra tem ainda duas filhas de santo retratadas por Djanira, que morreu em 1979. A artista era uma mulher cristã e com trabalhos concentrados no retrato das tradições religiosas brasileiras, sobretudo as expressões culturais negras.
A primeira exibição pública do quadro “Orixás” vai acontecer na exposição “Brasil Futuro: As Formas da Democracia”, que entra em cartaz no Museu Nacional da República, em Brasília.
Djanira Motta e Silva foi um nome conhecido do modernismo brasileiro, com obras espalhadas em várias partes do País, inclusive o Museu Nacional de Belas Artes.
Seu biógrafo, Geisel Júnior, é atualmente responsável pelo memorial com objetos pessoais da artista. Ele disse em entrevista ao G1 que a presença de “Orixás” no Palácio do Planalto é um símbolo contra o racismo religioso, que era combatido pela própria pintora.
“Djanira representa a força da arte brasileira, a tolerância religiosa e o nacionalismo. Ela é o retrato da mulher, que independentemente das dificuldades, foi à luta e conquistou lugar de destaque. Nós, que somos do interior, estamos muito contentes em sermos representados. O retorno da obra no Palácio é sinônimo de respeito e liberdade religiosa”, declarou ele ao portal.
Os episódios de racismo religioso cresceram assustadoramente nos últimos quatro anos no Brasil. Uma pesquisa feita pela Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras mostra que perto da metade dos terreiros no País foram atacados nos últimos dois anos.
Além dos espaços de culto religioso, cerca de 78% dos entrevistados se disseram vítimas de algum tipo de violência motivada pelo racismo religioso.
“O racismo religioso se agravou muito. De acordo com os dados do Disque 100, em 2016, tivemos 759 denúncias de “discriminação religiosa”; em 2017/18, a média foi de 500 denúncias anuais e, em 2019, somente no primeiro semestre, 354 denúncias, ou seja, certamente em 2019 a situação se agravou novamente”, disse à Carta Capital o Babalorixá e escritor Sidnei Nogueira.
Sidnei ainda criticou a postura do governo anterior no combate ao preconceito. “Vale destacar que [o racismo religioso] não é algo valorizado pelo governo que assumiu a presidência em 2019 e isso certamente fortalece as subnotificações”, encerrou.
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