Ciência

Perigo real: 5 bactérias que estão se fortalecendo pelo uso excessivo de antibióticos

07 • 02 • 2023 às 11:48 Vitor Paiva
Vitor Paiva   Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

O uso excessivo de antibióticos pode causar diversos problemas imediatos à saúde, como questões estomacais, renais e hepáticas. Mas os males provocados pelo excesso podem ir além. Consumir antibióticos demais pode alterar a resistência às próprias bactérias que o medicamento deveria combater, ou mesmo afetar outras bactérias que ajudam no funcionamento de nosso organismo. O uso demasiado “acostuma” as bactérias e o corpo e, agravado pelo fato de que desde os anos 1960 que não conseguimos desenvolver novos, mais fortes e atualizados tipos de antibióticos, a situação se torna cada vez mais preocupante.

A ciência não desenvolve novos sistemas de antibióticos desde os anos 1960

A ciência não atualiza ou desenvolve novos sistemas de antibióticos desde os anos 1960

-Como ela salvou marido infectado pela ‘pior bactéria do mundo’

Considerando que as bactérias são uma das formas de vida mais resistentes e populosas do mundo, o quadro é tão simples quanto grave: as bactérias estão cada vez mais fortes e nossas “armas”, cada vez menos eficazes – principalmente pelo excesso de uso. O inimigo, neste caso, é ao mesmo tempo invisível de tão pequeno e indestrutível de tão grandioso: em um único grama de terra, encontramos cerca de 40 milhões de bactérias. E mais: não conhecemos nem 10% de todas as existentes. Com isso, selecionamos cinco formas que estão se tornando mais fortes – e que representam perigos eminentes para nossa saúde.

Streptococcus pneumoniae

Exemplo da bactéria Streptococcus pneumoniae em um microscópio

Exemplo da bactéria Streptococcus pneumoniae observada em um microscópio

-Cientistas criam ‘banco de fezes’ para proteger saúde de humanos

Responsável por males como a sinusite, a otite e alguns tipos de pneumonia, a Streptococcus pneumoniae é uma bactéria nada amigável, e também pode causar meningite, úlcera de córnea e abcessos cerebrais.

Enterococcus

Pneumonia causada por bactéria do gênero Enterococcus

Pneumonia causada por bactéria do gênero Enterococcus

Os Enterococcus são um gênero que reúne 29 bactérias que podem causar endocardite, meningite, infecção urinária, septicemia e mais – e que também se fortifica com o uso excessivo de antibióticos.

Escherichia coli

Bactéria Escherichia coli ampliada 10 mil vezes em um microscópio

Bactéria Escherichia coli ampliada 10 mil vezes em um microscópio

-Camelos são apontados como possível vetor da próxima pandemia

Bactéria que costuma ser encontrada no intestino, a Escherichia coli – mais conhecida como E. coli – é essencial para a digestão humana: sua infecção, porém, pode causar gastroenterite, infecção urinária, doença de Crohn e alguns tipos de meningite.

Klebsiella pneumoniae

Amostra da bactéria Klebsiella pneumoniae

Amostra da bactéria Klebsiella pneumoniae

Espécie de bactéria gram-negativa, a Klebsiella pneumoniae pode causar pneumonia e é comum que provoque infecções hospitalares; suas infecções vêm crescendo em diversos países pelo uso excessivo de antibióticos.

Pseudomonas aeruginosa

Cultura da bactéria Pseudomonas aeruginosa em laboratório

Cultura da bactéria Pseudomonas aeruginosa em laboratório

-EUA registra novo caso de infecção por ameba comedora de cérebro

Tendo sua origem no solo, a bactéria Pseudomonas aeruginosa é considerada um patogênico oportunista, que costuma causar doenças em sistemas imunológicos frágeis, e pode provocar otite, infecções respiratórias, urinárias, sanguíneas e, em casos raros, pneumonia por contágio.

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© foto 1: Getty Images

© fotos 2-6: Wikimedia Commons


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