Black Mafia Family: a saga de uma das famílias criminosas mais influentes dos EUA 

Vitor Paiva  • Redator Vitor Paiva é jornalista, escritor, pesquisador e músico. Nascido no Rio de Janeiro, é Doutor em Literatura, Cultura e Contemporaneidade pela PUC-Rio. Trabalhou em diversas publicações desde o início dos anos 2000, escrevendo especialmente sobre música, literatura, contracultura e história da arte.

A incrível história dos irmãos Demetrius “Big Meech” Flenory e Terry “Southwest T” Flenory é daquelas que, se nos dissessem que era ficção, os roteiristas seriam acusados de exagerar na narrativa. Pois bem, saiba que a saga desses dois – embalada por muito hip-hop e envolta em acusações de tráfico de drogas e boas doses violência – é a mais pura verdade. 

E é tudo tão inimaginável que o passado de uma das famílias criminosas mais influentes dos Estados Unidos, ambientado na cidade de Detroit durante a década de 1980, segue sendo contado na segunda temporada da série “Black Mafia Family“. E com a supervisão dos próprios irmãos Flenory, mesmo condenados e cumprindo pena – um deles em regime fechado e outro em prisão domiciliar. Novos episódios estão disponíveis sempre às sextas-feiras, desde 6 de janeiro, na plataforma de streaming Lionsgate+. 

Os dois personagens na série, vividos por Demetrius Flenory Jr. e Russell Hornsby

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A saga começa no final dos anos 1980, com os irmãos buscando superar a pobreza que marcava a realidade de boa parte da população da cidade, se envolvendo com o tráfico de drogas, vendendo cocaína nas ruas enquanto ainda estavam na escola. 

Aos poucos, porém, o sucesso do empreendimento elevou os irmãos Flenory a líderes de uma imensa organização que distribuía toneladas da droga por diversos Estados dos EUA: uma investigação federal realizada nos anos 2000 estimou que a “Black Mafia Family” reunia mais de 500 “funcionários” trabalhando para Demetrius e Terry por todo o país.

A segunda temporada de BMF estreou na plataforma Lionsgate+ em 6 de janeiro

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O dinheiro era tanto que, no início dos anos 2000, Demetrius decidiu fundar a BMF Entertainment, uma agência de promoção para artistas de hip-hop, que chegou a trabalhar com nomes como Diddy, Trina, Jay-Z, Fabolous e Young Jeezy, e funcionou como gravadora para um único artista, Bleu DaVinci. 

A empresa, no entanto, era uma companhia de fachada, que servia especialmente para lavagem do dinheiro levantado com o tráfico de drogas. Era também uma tentativa de criar um negócio legítimo para a família.

O rapper Snoop Dogg também participa da série, interpretando um pastor

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Foi na época em que criaram o braço ligado ao entretenimento que a organização passou a ser conhecida pelo emblemático nome que também batiza a série da Lionsgate+. 

Curiosamente, além de trazer o nome do rapper Curtis James Jackson III, mais conhecido como 50 Cent, como um dos produtores executivos, a série também tem no elenco Demetrius Flenory Jr., filho de “Big Meech”, interpretando o próprio pai, e ainda Terry Jr., filho de Southwest T, como outro produtor executivo, ao lado de Nicole Flenory, irmã caçula dos fundadores da BMF.

A segunda temporada conta com a orientação do próprio Big Meech diretamente da cadeia, bem como de Terry, que cumpre sua pena em prisão domiciliar: Os irmãos foram condenados em 2008. 

Mantendo a história principal tão autêntica quanto possível, a série traz licenças criativas para apimentar a narrativa, com dramas e jornadas pessoais que ajudam a contar a inacreditável saga dos irmãos – que, na segunda temporada, estão começando a expandir os negócios, buscando estratégias para fortalecer sua rede e não perderem o que já começaram a construir, em nome da família, da fé e da lealdade, tanto em casa quanto nas ruas.

O rapper 50 Cent é um dos produtores executivos de “Black Mafia Family”

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Quem quiser se aprofundar ainda mais na história dos irmãos Demetrius e Terry Flenory, pode ver o documentário “The BMF Documentary: Blowing Money Fast”, também na Lionsgate+.

À frente, Demetrius Flenory Jr., filho de “Big Meech”, que interpreta o pai